A coleta, análise e aplicação estratégica de dados tornaram-se elementos fundamentais para as empresas que buscam entender e atender às necessidades de seus clientes
O mundo está passando por constantes mudanças, especialmente nesse último século, marcado pelo avanço tecnológico em escala exponencial. Nesse sentido, em um cenário empresarial cada vez mais competitivo e dinâmico, a análise de dados mostra-se como uma ferramenta elementar para o impulsionamento e o crescimento do mercado, mantendo sua relevância.
Na medida em que nos aproximamos do final de 2023, é fundamental estar atento às tendências que moldam o uso estratégico dos dados para o próximo ano. De fato, o cenário para 2024 configura-se como um período que será marcado por uma significativa mudança no campo dos dados.
Na realidade, de acordo com os dados divulgados pela Gartner, uma renomada empresa de pesquisa e consultoria em tecnologia da informação, sediada nos Estados Unidos, é estimado que até 2024 cerca de 60% dos investimentos governamentais em inteligência artificial (IA) e análise de dados terão um impacto direto nas decisões e nos resultados operacionais em tempo real.
De acordo com a vice-presidente da Cloudera para América Latina, Rubia Coimbra, existem algumas tendências que devem permear o mercado, considerando o crescimento significativo da nuvem híbrida e da própria inteligência artificial generativa. No mundo contemporâneo, marcado pela modernidade e pelos aparatos técnicos no seu sentido mais puro, os dados mostram-se como uma moeda valiosa na era da digitalização.
Ainda em conformidade com Rubia, “o mercado está em constante evolução, e as empresas precisam estar atentas às novas tecnologias para se manterem competitivas, sem perder de vista que tudo começa pelo dado. Enquanto a inteligência artificial tem sido um tópico em alta nos últimos anos, pouco se discute a hierarquia de necessidades de organizações data driven, que passa por várias fases antes de chegar em IA”.
Inteligência artificial e machine learning
De acordo com a PricewaterhouseCoopers, uma das maiores e mais renomadas redes de firmas de serviços profissionais do mundo, até o ano de 2030, a inteligência artificial deve aumentar o PIB no âmbito global em 14%. Esse percentual, por sua vez, evidencia que a inteligência artificial possui papel de destaque no futuro dos dados e do próprio mercado empresarial.
Em síntese, a aplicação da inteligência artificial e do aprendizado de máquina deve continuar sendo uma tendência ascendente. As empresas que fazem investimento nessas tecnologias em suas operações podem otimizar processos, prever tendências de mercado e oferecer experiências personalizadas aos clientes.
A capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real coloca os líderes à frente, proporcionando uma visão mais precisa e proativa. Todavia, esse movimento deve ser acompanhado de capacitação em ética em IA, dado o desenvolvimento exponencial de tal tecnologia. A promoção da ética na inteligência artificial requer a capacitação constante dos recursos humanos.
É elementar cultivar uma cultura de aprendizado contínuo e implementar programas de treinamento para manter-se alinhado com a rápida evolução tecnológica. Essa abordagem é crucial para assegurar que a inteligência artificial seja desenvolvida e empregada de maneira apropriada, considerando fatores como viés algorítmico, privacidade e transparência.
O futuro dos dados será híbrido
De acordo com Rubia Coimbra, o futuro, especialmente no que se refere aos dados, será híbrido. A incorporação da nuvem híbrida e multi-cloud reflete a compreensão das atuais demandas complexas da infraestrutura de tecnologia da informação.
A nuvem híbrida envolve a combinação de nuvem pública e privada dentro de uma única arquitetura. No que diz respeito ao multi-cloud, envolve a utilização de serviços de nuvem de múltiplos provedores, podendo ser todas públicas, todas privadas ou uma combinação.
Tal movimento permitirá que as empresas consigam ter maior flexibilidade para equilibrar seus custos, desempenho e segurança, optando por uma infraestrutura mais adequada em relação a suas metas e seus objetivos. Nessa perspectiva, de acordo com as projeções, a tendência é que essa infraestrutura seja composta da combinação de diversas nuvens, além do ambiente on-premise.
Data quality, análise preditiva e prescritiva e tomada de decisões
Ao tratar-se de dados, a ênfase das análises deverá recair sobre a qualidade deles, superando, portanto, a importância em termos de quantidade. No mercado, pouco adianta coletar dados em uma quantidade significativa se, em sua totalidade, somente uma fração deles se revela verdadeiramente útil para a estratégia empresarial.
Em razão disso, a tendência é que a precisão das informações coletadas seja o foco das empresas. Quanto mais robusta for a base de dados, mais facilitada será a orientação de ações voltadas para aprimorar as vendas de forma mais eficaz.
Nessa concepção, a análise preditiva e prescritiva permitirá que as empresas não apenas entendam o que aconteceu, mas também antecipem o que está por vir. Isso é fundamental para ajustar estratégias de negócios, otimizar a cadeia de suprimentos e antecipar as necessidades do mercado.
A influência do consumidor e o foco na personalização
No mundo contemporâneo, além de comprar produtos, o consumidor também busca por experiências personalizadas, valores alinhados aos seus ganhos, além da conveniência no momento de adquirir um produto ou serviço. O mercado de dados, por sua vez, desempenha papel elementar na experiência do consumidor.
A coleta, análise e aplicação estratégica de dados tornaram-se elementos fundamentais para as empresas que buscam entender e atender às necessidades de seus clientes de maneira mais eficaz. O uso inteligente e ético dos dados potencializará a capacidade das empresas de oferecerem produtos e serviços personalizados, melhorando significativamente a satisfação e a fidelidade do consumidor.
Ecossistemas empresariais e colaboração de dados
No mundo, hoje, uma tendência crescente que está redefinindo as estruturas e as relações comerciais encontra-se na colaboração de dados. Acontece que, ao compartilhar insights de forma segura e eficiente por meio de ecossistemas de dados, as empresas conseguem criar parcerias estratégicas, inovando através da colaboração.
Nesse contexto, a criação de um marketplace de dados, em que empresas podem trocar informações de maneira controlada e benéfica, mostra-se como uma ideia promissora, uma forte tendência para as equipes que atuam no mesmo nicho de mercado.
No fim das contas, a próxima era empresarial será moldada por avanços significativos na análise de dados. Empresas que abraçarem essas tendências estarão bem posicionadas para prosperar em um ambiente de negócios em constante evolução.
Aproveitar as oportunidades oferecidas pela inteligência artificial, nuvem híbrida, data quality, análise preditiva e prescritiva e tomada de decisões, foco no consumidor e ecossistemas e colaboração de dados será crucial para garantir a competitividade e a relevância nos próximos anos.